Anúbis
Anúbis, o Deus com a cabeça de chacal, era o guia dos mortos, que acompanhava a alma durante a última viagem e se encarregava de pesá-la na balança da verdade. Depois que Anúbis dava seu veredicto, a alma era encaminhada para a salvação ou para o eterno castigo. Por isso, o deus chacal é o mediador entre o céu e a terra, sendo temido pela sua falta de emoção e pela severidade de seu juízo, pois ninguém escapava às suas sentenças. Anúbis era também o guardião de Ísis e teve um papel importante na ressurreição de Osíris, pois era ele quem vigiava o corpo de seu deus durante a noite para que Set não se aproximasse. Além disso, Anúbis foi quem proporcionou a Ísis o medicamento e os unguentos que novamente deram vida ao marido da deusa.
Atributos: grande força de vontade, paciência e inteligência aguda são os dons dos filhos de Anúbis. Assim como o chacal sabe guiar a barca das almas, os seus filhos sabem conduzir o seu destino, tornando-se pessoas de sucesso em qualquer empreendimento que se proponham. Porém, esse sucesso sempre demora a chegar, porque Anúbis também é senhor do Tempo e retarda todas as conquistas. Embora sejam fiéis, os protegidos do chacal têm excesso de ambição e exagerado orgulho, o que muitas vezes os torna egocêntricos e pouco modestos. Quando conseguem dominar essas tendências, a perseverança natural e o exato senso de justiça que possuem fazem com que superem todas as etapas da viagem.
Bastet
Bastet era a deusa que representava o poder benéfico dos raios do Sol. Uma das esposas de Ra, ela era a divindade dos gatos selvagens, admirada pela sua agilidade e pelo seu vigor. Segundo o mito, Bastet defendia Ra da serpente maligna, Apep, com a qual o deus supremo lutava todas as noites durante sua passagem pelo reino da escuridão. Bastet era celebrada em grandes procissões de barcas no rio Nilo e em cerimônias orgíacas nos templos consagrados a deusa. Em geral, a divindade era representada como uma mulher com cabeça de gato, com um chocalho numa mão e um cesto na outra.
Atributos: devido aos poderes benéficos da deusa Bastet, seus protegidos são pessoas bondosas, humanitárias, leais e muito cordiais. Por isso, simbolicamente, os protegidos de Bastet tem a força dos raios solares e estão destinados a trabalhar em favor dos mais fracos. também são independentes como os gatos que, embora gostem de carinho, preferem manter-se distantes, vivendo em liberdade e fazendo apenas o que tem vontade. Sendo Bastet uma das divindades da alegria, seus filhos geralmente são alegres e divertidos. Gostam de brincar e tern excelentes dons para trabalhar no teatro ou no cinema. Mas eles devem levar em conta um fator: como são naturalmente rebeldes – como os gatos – e preciso cuidar para que essa rebeldia não se transforme apenas em uma revolta sem objetivo. Se isso ocorrer, os filhos de Bastet tornam-se seres excêntricos que não conseguem despertar simpatia nas outras pessoas.
Hátor
Originalmente Hátor era a deusa dos céus, muitas vezes confundida com outra deusa muito importante, Isis, esposa de Osíris e mãe de Hórus. No entanto, Hátor e, na verdade, a grande sacerdotisa do panteão egípcio, deusa da musica e da dança, protetora dos prazeres e do amor. Ela é também a deusa da vaidade, que preside todos os momentos da toalete feminina, como pentear-se, maquiar-se e vestir-se. Hátor tem varias representações. Algumas vezes ela aparece como a vaca sagrada, outras como uma mulher com cabeça de vaca e outras ainda como uma rainha com orelhas de vaca ou com uma coroa composta de dois grandes chifres com o disco solar no meio. Em geral, sendo Hátor a deusa da alegria, ela e representada com um chocalho, chamado sistro, na mão.
Atributos: muita sensualidade e uma considerável capacidade de amar são os mais importantes presentes que Hátor dá a seus protegidos. Além disso, uma permanente jovialidade e a alegria do riso são uma constante nas pessoas nascidas sob o signo da vaca sagrada. Porém, a deusa não as protege contra as contrariedades, e isso estraga muitas vezes seu fantástico bom humor. Os escolhidos de Hátor estão quase sempre felizes, mas basta que surja o menor dos problemas para que se sintam desgraçados. Por isso, devem aprender a conviver melhor com a realidade e com os diferentes fatos que marcam a vida. Quando compreendem que a alegria e também necessária nos maus momentos, eles atingem a felicidade plena,
Isis
Isis, irmã e esposa de Osíris, tinha lugar privilegiado no panteão egípcio, Segundo o mito, os quatro primeiros irmãos casaram entre si: Osíris com Isis e Set com Neftis. Certa vez, Osíris traiu sua mulher com a outra irmã e a engravidou, provocando um ódio mortal em Set, que jurou vingança. Quando o filho ilegítimo nasceu, a mãe o abandonou no deserto, mas ele foi recolhido por Isis que, embora soubesse da traição do marido, teve pena da criança. Esse novo deus era Anúbis, que se tornou o guarda de sua tia e protetora. Depois, quando a vingança de Set foi consumada, Isis conseguiu devolver Osíris a vida e começou a treinar o filho dos dois, Hórus, para que enfrentasse seu tio e recuperasse o poder do pai. No momento culminante da luta, Hórus pode vencer graças a um sortilégio da mãe.
Atributos: os filhos de Isis gozam de uma grande sensibilidade e de uma poderosa imaginação, tem um forte instinto materno ou paterno, estando sempre prontos para socorrer os necessitados. Assim como a deusa, seus protegidos são fieis nos afetos e compreensivos em relação aos outros. Gostam da vida doméstica e são muito sentimentais, aspecto que os torna fracos para enfrentar aborrecimentos. Embora sejam gentis, os filhos de Isis têm um lado que pode prejudica-los: um latente mau humor, que sempre ameaça aparecer quando as coisas não estão correndo como eles querem. Quando isso acontece, eles se fecham e mostram seu lado antipático.
Maat
Maat era a deusa da verdade, da justiça e do senso de realidade. Era filha de Ra, o Sol, e de um passarinho que, apaixonando-se pelo calor e pela luminosidade dos raios solares, subiu por eles ate morrer queimado. No momento em que foi incinerado, uma pena voou pelos ares. Essa era Maat. No mundo dos deuses, ela ocupa um lugar muito importante, pois é a pena usada por Anúbis, o que julga os mortos, para pesar o coração daqueles que ingressam no Duad, o Reino do Além. Como deusa do equilíbrio, Maat também era a responsável pela união do Alto e do Baixo Egito, simbolizando com isso a força da união e os benefícios da justiça. Sem Maat, a criação divina, que é a Terra e seus habitantes, não poderia existir, pois tudo se afundaria no caos inicial.
Atributos: capacidade de observação, senso de justiça, sabedoria para criar harmonia em volta de si. Os protegidos de Maat tem um temperamento simpático e afável, alem de um grande senso estético. Quando sabem utilizar corretamente o natural espírito de justiça que possuem, tornam-se famosos e muito queridos. Compreendem muito bem os segredos da natureza e conseguem viver com ela em total harmonia. Em geral, os protegidos de Maat têm problemas para realizar escolhas individuais, pois precisam da opinião de outras pessoas para se sentirem seguros. Por isso mesmo, para poderem progredir na vida, precisam aprender a fazer a própria escolha sem interferência de ninguém. Em geral, são pessoas sabias e ativas.
Neit
Neit era a antiga deusa da caça, e seu animal sagrado era o cão. A essa deusa, vigilante e sempre fiel, cabia a proteção dos deuses e de suas moradas. Na sua função de cão, Neit era chamada “a que abre os caminhos”, indicando assim sua tarefa de guiar as pessoas no Reino dos Mortos. Em outros mitos, essa deusa é considerada a protetora dos trabalhos domésticos, dos tecelões e da educação das crianças. Como um Anúbis feminino, Neit era representada como uma mulher com cabeça de chacal ou de cachorro. Segundo uma lenda, durante um certo período, o prestigio da deusa foi tão grande que o faraó Nect Rnebe II a reivindicou como sua própria mãe. No mito de Osíris, Neit é reconhecida pela sua grande sabedoria, tendo participado como árbitro na luta entre Hórus e Set.
Atributos: Neit dá a seus protegidos uma grande capacidade de análise, paciência e senso de organização. Em geral, as pessoas muito práticas, cuidadosas e que reparam nos mínimos detalhes, pois estão sempre vigilantes a tudo o que acontece. Quando sabem usar o lado positivo desses atributos, os filhos de Neit alcançam aquilo que consideram sua felicidade maior: segurança e serenidade. No entanto, eles sempre correm o risco de perder o equilíbrio, principalmente porque tem dificuldade em dar a cada coisa seu justo valor. Por isso, a deusa aconselhava a seus filhos não se perderem em pequenos detalhes e prestarem mais atenção às coisas que realmente são importantes.
Osíris
O mito de Osíris e o mais importante da mitologia egípcia. Segundo a lenda, Osíris era o rei dos deuses, o tarab que introduziu a civilização no Egito, tirando o povo da barbárie. Junto a Isis, sua irmã e esposa, ele governava com justiça, mas era invejado por seu irmão Set, que fez Osíris cair numa armadilha e o assassinou, cortando seu corpo em catorze pedaços. Isis conseguiu juntar cada uma das partes e, usando seus poderes mágicos, deu nova vida ao deus. Logo apos a ressurreição, Osíris e Isis geraram Hórus, o herdeiro do reino, que devia vingar o assassínio do pai. Depois de um cruel enfrentamento, Hórus derrotou Set e se tornou o rei dos deuses e da terra, enquanto seu pai foi governar o Reino dos Mortos. Osíris é o deus da renovação, de tudo o que morre e volta a nascer do eterno ciclo da vida.
Atributos: os nascidos sob a proteção de Osíris também ganham a proteção de Isis e, por isso, são pessoas que se caracterizam por terem emoções e sentimentos muito intensos, além de uma persistência incomum. Possuidores de uma enorme energia, eles resistem a todas as adversidades e estão sempre dispostos para lutar por aquilo que defendem ou desejam. Mas eles também são vítimas da influência de Set, que matou o irmão por ciúme: são extremadamente ciumentos e, quando não se controlam, vivem desconfiando de todo mundo. Para contrabalançar essa tendência, Osíris ajuda-os com o dom da intuição que, se bem canalizada, livra-os de situações potencialmente perigosas.
Ptah
Ptah foi o grande deus da fertilidade masculina, criador de tudo o que existe, grande mago e senhor das serpentes e dos peixes. Ele representa as forças criadoras espirituais, não as físicas, sendo considerado o Grande Construtor ou o Divino Artesão, protetor das belas-artes e dos artistas. No mito de Osíris, Ptah nasceu como parte incandescente do falo do deus, simbolizando a força geradora de vida. Por isso, com o decorrer dos tempos, ele passou a ser associado ao boi Apis, o animal sagrado que foi concebido pelo raio divino de Ra. Em sua forma animal, Ptah era um boi preto com uma mancha triangular branca na testa e tinha função de oráculo, pois as pessoas o consultavam para saber o futuro. O boi dava suas respostas aceitando ou rejeitando os alimentos oferecidos.
Atributos; firmeza de temperamento, paciência e perseverança são os presentes de Ptah a seus protegidos. Além disso, o deus dá a seus filhos um grande talento para as artes e para tudo o que se relacione com a construção de objetos. Mas, assim como o deus da, também exige, pois seus filhos, para alcançar a felicidade, devem canalizar todas as suas virtudes para a realização de coisas que tenham valor espiritual e despertem sentimentos de beleza e harmonia. Caso contrário, os amados de Ptah correm o risco de se transformar em pessoas que não se realizam e vivem em constante insatisfação.
Ra
Ra, o Sol, é a principal divindade dos egípcios, havendo uma variada quantidade de mitos que contam o seu nascimento. Para alguns, Ra nasceu de um loto florido que, ao amanhecer, abre suas pétalas para libertar o sol e, ao anoitecer, fecha-as protegendo o astro no seu interior. Segundo outro mito, Ra surgiu no céu na forma de Benu, a ave Fênix. Ainda outra lenda conta que o Sol é o pai dos deuses e de todas as criaturas vivas. Segundo esse mito, um dia o Olho de Ra, que vive independente do deus, fugiu e Ra mandou Shu e Tefnut para que o trouxessem de volta. Durante a luta que houve entre os três, o Olho de Ra derramou lágrimas, das quais nasceram todos os seres humanos. A partir desse dia, Ra colocou o Olho na frente de sua coroa, na forma da serpente Uraeus, e disse para ele: “Deste lugar comandarás o mundo inteiro”.
Atributos: os benefícios de Ra são inumeráveis, mas os principais são poder, força e criatividade. Seus filhos são extrovertidos, cheios de energia e ótimos líderes. Gostam de enfrentar situações difíceis e, principalmente, gostam de superá-las, aspecto que, embora positivo, também é o ponto fraco dessas pessoas, pois não aceitam perder. É esse o perigo dos protegidos de Ra: assim como o sol, eles sentem que são o centro do Universo, que tudo gira a sua volta. Por isso, cada vez que são contrariados, desabam na mais negra das noites. Porém, como filhos orgulhosos do pai, logo que a depressão passa, voltam a brilhar.
Sekmet
Sekhmet, a Poderosa, era a deusa da força e da guerra, encarregada de destruir os inimigos de Ra, o Sol, e do faraó. Ela era considerada o Olho do Sol, representando o poder destrutivo dos raios solares. Segundo a lenda, certa vez Ra quis dar uma lição na humanidade e.mandou Sekhmet para por ordem na Terra. Quando a deusa chegou, sua fúria foi tão incontrolável que, se Ra não tivesse intervindo deixando Sekhmet bêbada de cerveja, ela teria destruído todos os seres humanos. A partir destes acontecimentos, os egípcios comemoravam o dia em que foram salvos, promovendo festivais orgíacos, durante os quais se rendia culto à deusa. Em geral, Sekhmet era representada como uma mulher com cabeça de leão, portando uma coroa com o disco solar.
Atributos: consciência da própria força, grande vitalidade e potencia física. Os protegidos de Sekhmet geralmente são pessoas de grande magnetismo, que fascinam os outros com muita facilidade. A deusa dá senso de organização e muita energia para empreendimentos ousados, aventureiros ou inovadores. No entanto, assim como a própria Sekhmet, seus protegidos devem tomar cuidado com os excessos e com os impulsos descontrolados. Caso contrario, correm o risco de destruir tudo o que há em volta. A deusa encontrou o equilíbrio no casamento com Ptah, o deus criador, o inventor da técnica, significando com isso que a energia e a força devem ser usadas para construir o bem próprio e o dos outros.
Taueret
Taueret era a deusa da fertilidade, protetora Ra, das mulheres grávidas e dos nascimentos, e também do renascimento no Reino dos Mortos, o Duad. A representação de Taueret era a fêmea do hipopótamo. Segundo os egípcios, quando ela afundava seu enorme corpo nas águas do Nilo, estas subiam de nível, provocando as famosas enchentes tão importantes para o Egito, pois dependiam delas para que as margens do rio se tornassem férteis e cultiváveis. Dessa maneira, Taueret era a responsável pela riqueza e abundancia das colheitas. A deusa era representada como uma fêmea de hipopótamo grávida, com os seios de mulher, patas de leoa e cauda de crocodilo, apoiada no símbolo da vida. Uma das protegidas de Taueret foi a mais famosa das rainhas do Egito, Hatshepsut.
Atributos: grande sensibilidade e intuição, tendência para os assuntos místicos, esotéricos, astrológicos ou mágicos. A deusa Taueret da a seus protegidos uma enorme bondade e capacidade de entendimento, o que pode ser notado no olhar dessas pessoas, pois geralmente esse olhar e muito profundo e doce. Assim como a grande deusa hipopótamo, aqueles que estão sob sua proteção devem desenvolver essa sensibilidade inata para o bem do próximo e da humanidade. Por outro lado, devem evitar o desperdício de energia, pois, como as enchentes do Nilo, as coisas devem ser aproveitadas no momento oportuno, depois que a lama preciosa fertiliza a terra e as águas se retiram para o leito do rio.
Tot
Tot e considerado um dos deuses primordiais do panteão egípcio. Representado como um homem com cabeça de íbis, a ave sagrada, Tot e uma divindade autoconcebida, que apareceu no mundo sobre uma flor de loto no amanhecer dos tempos. Suas atribuições são muitas, mas a principal delas e ser Senhor das Palavras, criador da fala e inventor da escrita. O mais importante de seus feitos foi a recuperação do Olho de Ra, que tinha fugido para a Núbia na forma de Tefnut. Como premio, o grande Ra deu a Tot a lua, transformando-o no deus do Disco Branco, Governador das Estrelas. Como funções derivadas, Tot se tornou o Deus do Tempo e das medidas, criador de todas as ciências, portador das forças civilizadoras. Ele também teve papel relevante no mito de Osíris, pois foi o advogado do deus assassinado e de seu filho Hórus.
Atributos: capacidade de comunicação e uma inteligência rápida e penetrante são os principais dons que Tot outorga a seus filhos. Assim como o deus, que e o senhor da luz do intelecto mas também deus da noite, os seus protegidos tem uma natureza dupla, nervosa, que muda constantemente. Por isso, são muito ativos, estão sempre “inventando” coisas para fazer ou para dizer. Embora sensíveis como a flor do loto, no amor os filhos de Tot são frios. Na verdade, como a ave íbis, gostam de voar de galho em galho, sempre experimentando e aprendendo coisas novas, adaptando-se aquilo que sua inteligência ainda não dominou.