É uma ordem criada no século XI, e existe uma certa dúvida sobre sua real origem. Alguns historiadores acreditam ter surgido da palavra árabe Hashishin, que significa Usuários de Haxixe, e que esses usuários formaram uma confraria religiosa. Outros historiadores acreditam que essa ordem religiosa surgiu dos seguidores de Hasan. Porém o ponto comum entre os historiadores é que a Ordem dos Assassinos é uma seita religiosa, derivada diretamente da religião Ismaelita. Isso porque os Assassinos tinham o conceito de que existiam sete elos de sabedoria divina, sendo revelados por partes a seus membros à medida que se aproximavam de Deus. Aqueles que buscavam a iluminação divina eram iniciados a cada um desses estágios, o que fazia com que adquirisse cada vez mais conhecimento. Através de manuscritos, os historiadores descobriram que a cada nível alcançado por seus membros, na iniciação propriamente dita, era passado o conceito de que tudo o que foi aprendido anteriormente, em cada um dos estágios, estava errado e deveria ser negado. Ao se atingir o último estágio o membro da seita recebia o segredo supremo:
O fundador e Grão Mestre da seita dos Assassinos, Hasan-i Sabbah, conhecido como o Velho da Montanha, se tornou tão poderoso no mundo Árabe que criou seu próprio principado, tornando-se independente. Como Grão Mestre era o único com poder para transformar os iniciados ismaelitas em iniciados da Ordem dos Assassinos. Os membros da Ordem eram verdadeiros guerreiros que possuía como arma uma adaga, normalmente curva, e que se sentiam realizados se encontrasse a morte em qualquer uma de suas missões de assassinato. Líderes políticos eram normalmente seus alvos, o que causava admiração e medo por parte das pessoas comuns. O próprio Marco Polo descreveu em seu diário:
Ninguém que o Velho (Hasan) tenha decidido matar pôde escapar, e dizem que mais de um rei paga-lhe tributo por temer por sua vida.
A seita era rigidamente estruturada em graus de iniciação crescente. Sua sede era uma fortaleza legendária em uma montanha a sudoeste do Cáspio chamada Alamut, o Ninho do Gavião. Privilegiada por sua geografia, impõe-se na paisagem como uma aparição monumental, aterradora e só tinha como acesso uma trilha sinuosa, que podia ser defendida por um único arqueiro. Abaixo do Velho da Montanha estavam os grandes priores (governadores provinciais), os priores (missionários), os iniciados e os noviços. Chamavam a si mesmos de “fedains” e sua causa de “jihad hafi”, a “guerra santa secreta”. O recrutamento era simples: seus agentes observavam atentamente os jovens mais aptos, mais inteligentes e inconformados com uma situação social que não lhes dava chance. Camponeses, pastores, artesãos, qualquer um podia de repente, por meio de um pouco de ópio, adormecer e acordar em uma caverna maravilhosa, cercado de luxo, comida, bebida e lindas mulheres que o tratavam como a um príncipe. Dentre os muitos prazeres que eram oferecidos ao novo agente o haxixe figurava com destaque, em constante abundância.
Ao cabo de uma semana durante a qual já não podia mais diferenciar o sonho da realidade aparecia-lhe um dos iniciados que lhe dizia que aquele era o Paraíso dos seguidores fiéis do Velho da Montanha, verdadeiro cumpridor das palavras do Profeta. Suas instruções eram, na verdade, muito simples: devia apenas ficar de prontidão, podendo ser chamado a qualquer hora. Sua missão era igualmente simples: obedecer. Qualquer ordem podia ser esperada e deveria ser cumprida a risco da própria vida. Se morresse na tentativa (geralmente um assassinato) voltaria imediatamente para o Paraíso e lá desfrutaria eternamente dos prazeres dos quais tivera apenas uma pálida idéia. Se falhasse nunca mais o veria e se revelasse o segredo pagaria com a vida. Um método simples e muito eficiente. Em pouco tempo os Assassinos se revelaram a maior potência política do Oriente Médio e mesmo os Templários e os Cruzados tiveram que negociar com eles. Ninguém podia ocultar-se à sua vingança. Nizamu’l-Mulk, primeiro-ministro do sultão à época da conquista de Jerusalém, foi apunhalado em sua liteira por um deles, que se aproximou disfarçado de dervixe. O atabeque de Hims, mesmo cercado de guardas é morto por agentes suicidas. O marquês Conrado de Montefeltro foi atacado em um banquete por dois Assassinos disfarçados de monges cristãos, dos quais haviam treinado perfeitamente o idioma e os costumes. Naturalmente, foram mortos na hora, como era esperado.
Além disso, as artes da sedução e do envenenamento também não lhes eram estranhas. Hasan-i Sabbad morreu em 1124 e com a morte dele o poder dos assassinos começou a diminuir. A seita cindiu-se e, por volta de 1166, os assassinos persas voltaram a uma fé mais ortodoxa. É fácil, portanto, perceber porque semearam o terror na Síria e na Pérsia até que o último dos Velhos da Montanha foi derrotado pelos mongóis em 1256. Mesmo assim, a seita subsistiu na Síria até ser finalmente dispersada pelo sultão mameluco do Egito e, ainda hoje, há indícios de que exista nesses dois países e também na Índia.
Algumas Sociedades Secretas